BIM e o “I” da questão
14/04/2020
Por Willian Konishi*
Já falamos aqui que criar modelos visualmente bonitos, coloridos e complexos não quer dizer lá muita coisa quando se trata de usar a ferramenta BIM abarcando uma quantidade maior de funcionalidades, tais como as já mais conhecidas: verificação de interferências, extração de quantitativos e planejamento de obras.
É que, como o próprio nome sugere, Building Information Modeling, a base de tudo está nas informações inseridas na criação dos modelos que, aí sim, contêm em si todo o potencial da metodologia.
Em outras palavras, o que realmente faz a diferença é a maneira como as empresas lidam com todas essas informações. Isso requer um extenso e profundo trabalho de gestão da informação.
Padronizar Informações é fundamental
Nesse sentido, para que isso ocorra é fundamental que todas as partes da cadeia estejam sintonizadas, conversem entre si. Além disso, é preciso padronizar as informações (criar parâmetros), para que qualquer um dentro do processo consiga verificar e inserir suas informações sem criar ruídos nessa comunicação.
Muito do sucesso desse trabalho depende da clareza que o empreendedor tem sobre o projeto. Para que o modelo reflita seus objetivos e metas, ele precisa saber de antemão, por exemplo, que normas ele vai precisar atender no projeto, se há expectativa de conquistar uma certificação de sustentabilidade, se ele quer já preparar o empreendimento para uma gestão sustentável de facilities etc.
Informação Antecipada do Projeto
Em cada item do projeto, selecionar as informações pertinentes é fundamental. Por exemplo, para uma bacia sanitária, o fornecedor pode enviar ao cliente, entre outras, as seguintes informações:
- Especificações geométricas;
- Especificações de cor;
- Código do produto;
- Orientações de instalação e manutenção;
- Normas atendidas;
- PSQ (Programa Setorial da Qualidade);
- Prazo de garantia.
Em cada projeto, caberá à equipe e aos profissionais responsáveis pelo BIM avaliar se todas são necessárias e, também, se há outras informações importantes que precisam ser garimpadas com o fornecedor. Esse conjunto de informações ajudará a incorporadora a verificar, ainda na fase de projeto, se o material atende as normas vigentes.
Informação à mão facilita orçamento e obra
Além disso, nesta fase as empresas costumam inserir um parâmetro com o código EAP (Estrutura Analítica de Projetos), para facilitar os orçamentos. Assim, quando as informações chegam para a equipe responsável por orçamentos, fica muito mais fácil extrair os quantitativos e verificar o atendimento às normas. Isso somente é possível porque todas as informações necessárias a essa ação já estão no modelo. Se quiser, as equipes podem ainda inserir as notas fiscais com os produtos do modelo.
Posteriormente, na obra, a equipe que realizará a instalação conseguirá localizar as orientações de instalação dentro do modelo. Além disso, se desejável, pode ser monitorado quem realizou a instalação, quando ela foi feita e, ainda, incluir uma avaliação da qualidade do serviço (pensando em recontratação futura, por exemplo).
Dados disponíveis para todo o ciclo do edifício
Da mesma forma, para a equipe de assistência técnica, as informações sobre as periodicidades de manutenção e a verificação e o controle dos prazos de garantia poderão estar todas no modelo. Isso, com certeza, facilita muito a gestão dos arquivos.
Concluindo, elencar as informações relevantes torna mais sustentável todo o ciclo de produção e vida de um empreendimento. Mas, para tanto, é fundamental que cada equipe consiga rastrear esse volume todo de parâmetros importantes, incluir os dados no modelo e prever um bom e eficiente sistema de gerenciamento da informação.
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* Willian Konishi é sócio e responsável pela área de Gestão de Processos e Plataformas Digitais na Inovatech Engenharia.